O que antes era uma preocupação restrita à terceira idade agora se tornou uma realidade alarmante: o infarto em jovens está aumentando no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 7,8 mil pessoas com menos de 40 anos morreram por infarto entre 2022 e 2024. A condição, que já fez mais de 234 mil vítimas em atendimentos hospitalares e ambulatoriais nesse mesmo período, é cada vez mais diagnosticada em adultos jovens, adolescentes e até crianças.

Entre os principais fatores de risco para o infarto em jovens estão: tabagismo, má alimentação, sedentarismo, uso de anabolizantes, consumo de drogas e estresse elevado. A pandemia da Covid-19 também contribuiu para o agravamento desses fatores, promovendo isolamento, aumento do tempo sentado e diminuição da prática de atividades físicas.

“O infarto não aparece do nada. Mesmo os jovens que aparentam estar saudáveis muitas vezes já possuem fatores de risco modificáveis que estão sendo ignorados”, explica o cardiologista da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Segundo ele, o uso indiscriminado de esteroides anabolizantes e o crescimento do uso de cigarros eletrônicos agravam ainda mais o quadro.

Os números mostram que os homens lideram os registros de infarto em jovens, com mais de 156 mil atendimentos entre 2022 e 2024. As mulheres respondem por outros 77 mil casos, mostrando que o problema afeta ambos os sexos, embora com maior prevalência entre os homens.

O cardiologista Arthur Rente destaca que o estilo de vida atual, repleto de estresse, sono irregular e má alimentação, forma um ambiente propício para o infarto em jovens. Além disso, a infecção pelo coronavírus pode ter impacto direto na saúde cardiovascular, mesmo em pessoas sem doenças pré-existentes.

A prevenção do infarto em jovens passa por medidas simples, como:

• Praticar exercícios físicos regularmente
• Reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados
• Evitar cigarro, bebidas em excesso e substâncias ilícitas
• Controlar o peso e o colesterol
• Realizar check-ups periódicos com cardiologistas

O aumento de infarto em jovens é um alerta: é preciso levar a saúde do coração a sério desde cedo. A prevenção salva vidas.