Inema promove reunião em Remanso para discutir gestão da APA Lago de Sobradinho e apresentar o Projeto Arca

O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) realizou, na última quinta-feira (2), uma reunião com conselheiros na Câmara de Vereadores de Remanso, com foco na gestão da Área de Proteção Ambiental (APA) Lago de Sobradinho. A iniciativa buscou reforçar o papel da documentação na participação ativa no conselho e apresentar o Projeto Arca, que propõe um novo olhar sobre a conservação ambiental na região.

A coordenadora da UR Sertão São Francisco, Manoela Bezerra, ressaltou o papel da reunião no processo de aproximação entre os órgãos ambientais e a população. “A reunião mostrou os componentes principais do Projeto Arca, com o principal intuito de apresentar à comunidade contemplada as diretrizes do projeto e aproximar os moradores dos órgãos envolvidos, promovendo uma comunicação mais eficaz e participativa,” afirmou a gestora, que também é e suplente da APA.

Na ocasião, Sindi Maqueise, gestora da APA Lago de Sobradinho, conduziu a apresentação do projeto, detalhando seus principais objetivos, que é criar novas unidades de conservação, aprimorar a gestão das áreas protegidas já existentes, preservar espécies ameaçadas e capacitar comunidades locais, com atenção especial a povos indígenas e agricultores familiares.

Durante o encontro, Sindi enfatizou a importância da elaboração de um plano de manejo, ferramenta essencial para garantir o uso sustentável dos recursos naturais e proteger a biodiversidade local. “Esse plano será construído com a participação da comunidade e norteará ações que promovam o equilíbrio entre o desenvolvimento e a conservação ambiental”, destacou a gestora.

Sindi também enfatizou a importância da elaboração de um plano de manejo, instrumento fundamental para regular o uso dos recursos naturais, garantir a proteção da biodiversidade e orientar ações sustentáveis na região. Ela destacou, ainda, a realização de campanhas de comunicação e treinamentos voltados ao combate da caça ilegal, prática que ameaça diversas espécies da fauna local.

Outro ponto abordado foi o combate à caça ilegal, com previsão de campanhas de comunicação e capacitações para conscientizar e envolver a população nas ações de preservação.

No período da tarde, os representantes do Inema visitaram a comunidade de Canaã, levando informações sobre o Projeto Arca diretamente aos moradores. Também foi ressaltada a importância da transparência e do acesso à informação, com destaque para a disponibilização de dados e materiais no site do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

A reunião contou com um espaço aberto para perguntas dos conselheiros e moradores. Algumas questões foram esclarecidas no momento, enquanto outras serão respondidas posteriormente pelos técnicos responsáveis.

O Projeto ARCA – Áreas Protegidas da Caatinga é inédito na conservação deste bioma, com recursos de quase USD 8,8 milhões do Fundo do Marco Global para a Biodiversidade (GBFF, na sigla em inglês), sob gestão do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês). A iniciativa vai fortalecer aproximadamente 4,5 milhões de hectares de Unidades de Conservação (UCs) na Caatinga, nos estados da Bahia, Paraíba, Pernambuco e Piauí. O projeto também apoia a criação de novas UCs no bioma, o fortalecimento dos povos indígenas, populações tradicionais e comunidades locais e a conservação de espécies ameaçadas.

O ARCA irá fomentar o levantamento da biodiversidade do bioma menos conhecido do país, por meio de técnicas como a análise de DNA ambiental (eDNA), a fim de identificar áreas prioritárias para a conservação e para criação de novas UCs e corredores ecológicos.

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