A popularização de vídeos gerados por Inteligência Artificial (IA), com falas realistas e expressões faciais convincentes, tem chamado a atenção em Remanso, no norte da Bahia. Um dos exemplos mais comentados é o perfil satírico @remansouderir, que utiliza IA para simular situações fictícias como se fossem reais, gerando dúvidas entre os internautas sobre o que é verdadeiro ou manipulado.
O crescimento desse tipo de conteúdo levanta questionamentos importantes sobre a autenticidade no ambiente digital e os riscos à reputação de pessoas públicas e anônimas. “Por mais que algumas pessoas tenham convicção de que não é real, muitas outras não têm — principalmente pessoas mais idosas e que moram na zona rural”, ressalta um leitor que entrou em contato com o portal.
De acordo com Leandro Fernandes, professor do curso de Sistemas de Informação da UNINASSAU Salvador, o acesso facilitado às ferramentas de IA aumenta o risco de uso indevido. “Hoje, qualquer pessoa consegue usar ferramentas de criação de vídeos com IA, mesmo sem conhecimento técnico. Isso aumenta muito o risco de mau uso, já que praticamente não há barreiras para acessar essas tecnologias”, explica.
Nos últimos meses, vídeos falsos envolvendo celebridades, políticos e influenciadores têm viralizado, confundindo o público e gerando impactos reais. Diante desse cenário, o professor defende a criação de uma legislação específica para lidar com os desafios trazidos pelas deepfakes.
“O transtorno que esse tipo de conteúdo pode causar é enorme. Precisamos de leis claras que regulamentem a produção e o compartilhamento de vídeos manipulados”, reforça Leandro. Ele ainda alerta que plataformas digitais e a sociedade em geral ainda não estão preparadas para lidar com os efeitos legais dessa nova realidade. “Ainda falta estrutura para acolher processos judiciais de pessoas que se sentirem prejudicadas. Isso mostra o quanto estamos vulneráveis diante dessa tecnologia em rápida evolução”, conclui.
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