Hytalo dava celulares e pagava aluguel para familiares de menores que apareciam em vídeos

O Ministério Público da Paraíba (MPPB), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Civil investigam o influenciador Hytalo Santos por suposta exposição sexual de menores nas redes sociais. Os órgãos solicitaram à Loteria do Estado da Paraíba (Lotep) a suspensão da empresa de rifas e sorteios Fartura Premiações, administrada pelo paraibano, que teria utilizado imagens de adolescentes para promover os negócios. As informações são do portal G1.

Segundo o MPPB, Hytalo teria dado celulares, pago aluguel de casas e mensalidades escolares para familiares de menores que participavam dos vídeos. Um dos promotores do caso, João Arlindo Côrrea, afirmou que a investigação apura se esses benefícios estariam relacionados à emancipação de alguns adolescentes para que pudessem aparecer nas produções.

“O que ele fazia não necessariamente era em relação à criança. ‘Olha, o senhor emancipa o adolescente que eu vou custear o colégio da pessoa, etc’, não. Mas, por exemplo, há informes de que ele dava iPhones, alugava casa (para os familiares)…”, disse o promotor.

O documento assinado pelo MP, MPT e Polícia Civil cita indícios de:

Uso da imagem de adolescentes em contexto de “adultização” e exposição sexual para fins lucrativos;

Exploração de trabalho infantil;

Riscos psicológicos e de aliciamento;

Violação de direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente e na Constituição;

Falta de mecanismos para impedir o acesso de menores a jogos de apostas.

A conta pessoal de Hytalo no Instagram, com mais de 17 milhões de seguidores, está fora do ar desde sexta-feira (8), após o humorista e youtuber Felca publicar um vídeo com denúncias sobre o conteúdo. No material, ele mostrou trechos de vídeos com adolescentes, incluindo a influenciadora Kamyla Santos, que começou a aparecer nos conteúdos de Hytalo aos 12 anos e atualmente tem 17.

Felca acusa o influenciador de lucrar com a exposição sexualizada da jovem e de outros menores, além de citar possível ligação com o Jogo do Tigrinho. “Quanto mais novo, mais alto o valor que o Tigrinho paga para anunciar”, disse.

A maioria dos adolescentes que participa dos vídeos de Hytalo, segundo o MP, está emancipada. As investigações também apuram se pais ou responsáveis se omitiram na proteção dos filhos, o que pode gerar responsabilização legal.

Ainda de acordo com o g1, o advogado de Hytalo Santos e a direção da Lotep não responderam aos contatos feitos até a última atualização desta reportagem.

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