Brasil já perdeu 94% da população de jumentos; risco de extinção é iminente

Entre 2018 e 2024, cerca de 248 mil jumentos foram abatidos no Brasil, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O número alarmante acende o alerta para o risco de extinção da espécie, cuja população já foi reduzida em 94% nas últimas três décadas.

A principal responsável pelo cenário é a crescente demanda da indústria chinesa, que utiliza o colágeno da pele do animal para produzir o ejiao, um suplemento popular na Ásia associado à vitalidade e ao bem-estar.

A Bahia se destaca como o estado com maior número de abates, por abrigar três dos frigoríficos autorizados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) para essa atividade. O ritmo acelerado dos abates preocupa ambientalistas e entidades de defesa animal, que apontam a incapacidade da espécie em se reproduzir na mesma velocidade em que é explorada comercialmente.

Desde 2019, decisões judiciais chegaram a suspender temporariamente o abate de jumentos, atendendo a ações movidas por movimentos de proteção animal.

As entidades denunciam práticas de maus-tratos e o risco iminente de desaparecimento da espécie no Brasil, especialmente no Nordeste, onde historicamente os jumentos foram parte importante da vida no campo.

A discussão já chegou ao Legislativo. Dois projetos de lei tentam proibir o abate desses animais no país. No Congresso Nacional, o PL nº 2.387/2022 já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara e aguarda tramitação. Na Bahia, tramita o PL nº 24.465/2022, aprovado na CCJ da Assembleia Legislativa e prestes a ser votado em plenário.

Enquanto isso, defensores da causa animal seguem mobilizados para pressionar o fim da prática e garantir a preservação dos jumentos no Brasil.

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