Orgia, substantivo feminino que na antiguidade se referia a um “ritual festivo em honra aos deuses Dionísio, para os gregos, ou Baco, entre os romanos”, o que também era chamado de “bacanal”. No dicionário informal, uma farra onde se sobressaem a euforia, excesso de bebidas, o desregramento e a libertinagem.
Uma cena que aconteceu publicamente no último final de semana em Juazeiro, no norte da Bahia, foi chamada de “orgia” por moradores da Avenida Flaviano Guimarães. Dois homens e duas mulheres resolveram desfilar em cima de um capô de um carro com danças e insinuações obscenas.
A cena ultrajante foi registrada em vídeos que foram enviados por populares ao PNB. Em um deles, uma das mulheres insinua a prática de sexo oral, passando pela Flaviano Guimarães. A “brincadeira”, em pleno período de distanciamento social, chamou atenção dos moradores, que revoltados desabafaram.
“Um desrespeito, um acinte a sociedade, falta de noção sem proporções. Crianças e adolescentes assistindo a um espetáculo erótico, em frente as suas casas. Um absurdo que não pode ficar sem punição. Já pensou se a moda pega?” indagou uma moradora da Flaviano.
Outro morador da avenida, que pediu para não ser identificado, também demostrou indignação com a cena. “Passaram aqui pela praça com som alto, buzinando, numa bagunça só, e interrompendo o sossego de quem está respeitando a quarentena. As mulheres dançando no capô, encenando um ato sexual. Uma coisa vergonhosa e revoltante. Não eram adolescentes não, eram homens já de seus 38, 40 anos, por aí. Foram tão ousados que ainda chegaram a estacionar o carro e a esculhambação continuou. Isso é caso pra polícia ou não?” questionou.
De acordo com advogados consultados pelo PNB, na cena existem, além de infração grave de trânsito, já que é flagrante a direção perigosa praticada pelo homem que dirige o veículo, e que, segundo testemunhas, teria ingerido álcool, uma insinuação de um ato obsceno, exposto publicamente, conduta moralmente reprovável.
O PNB identificou um dos homens, que é conhecido como “Mauricinho da Cantagalo”, que já pleiteou uma vaga na Câmara de Vereadores de Juazeiro nas eleições de 2012. Ele aparece nitidamente nos vídeos participando do “passeio erótico”, como intitulou um dos moradores. O PNB entrou em contato com ele, que em resposta, afirmou que não vai se pronunciar sobre o caso.
O PNB também identificou uma das mulheres que aparecem nas gravações. Em um vídeo postando em sua rede social no Instagram, ela comentou sobre a situação, dizendo que estaria pronta para outra, e sobre o descumprimento do distanciamento social, disse que não “tem quem aguente”.
“Bebi e não tô de ressaca. Tô pronta pra beber outra cachaça. Já tô combinando outra pra daqui a pouco. Porque passar a quarentena dentro de casa, tem quem aguente não. Vá tomar no #%. Se for pra pegar essa merda a gente pega”, disse em um vídeo publicado nos stories da rede social.
Encaminhamos os vídeos e os relatos para a Coordenadoria da Polícia Civil de Juazeiro que afirmou que irá investigar o caso.
*em respeito aos leitores, optamos por não publicar os vídeos nesta matéria
pretonobranco.org
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