Na mensagem o Papa Francisco destacou ainda que é necessário o envolvimento de todos no desafio global pela preservação e aprender com os povos a sua relação de convivência respeitosa com a natureza: “É necessário conhecer e aprender com esses povos e suas relações com a natureza. Assim, será possível encontrar um modelo de sustentabilidade que possa ser uma alternativa ao afã desenfreado pelo lucro que exaure os recursos naturais e agride a dignidade dos pobres”, argumentou o papa.
O arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, destacou durante o lançamento da campanha que “ninguém pode assistir passivamente à destruição de um bioma, por isso, o assunto não pode ser deixado de lado pela Igreja. Há muito a ser feito por cada um espontaneamente, como mudança no padrão de consumo, cuidados com a água e com o lixo doméstico, mas necessitamos de iniciativas comunitárias, que exigem a participação do Poder Público e ações efetivas dos governos”, disse.
O deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ), presidente da Frente Parlamentar Ambientalista, na solenidade de lançamento da campanha, pediu o apoio da CNBB para projetos em tramitação no Congresso Nacional, destacando o que pretende liberar a venda de terras a estrangeiros. “Essa compra não será para proteger a biodiversidade, mas para estimular a exploração predatória e a serviço do dinheiro”, disse o parlamentar.
O secretário de Articulação Institucional e Cidadania do Ministério do Meio Ambiente, Edson Duarte, representando o Ministério do Meio Ambiente, também manifestou preocupação de que a possibilidade de venda a estrangeiros exerça uma pressão maior sobre os biomas brasileiros, já que a terra teria grande valorização. “É preciso fortalecer o setor, mas, talvez não necessariamente, com a abertura para venda ao exterior. O agronegócio é importante para a economia brasileira, e é possível conviver com a proteção dos remanescentes florestais que temos no Brasil”, disse.
A Campanha da Fraternidade no Brasil existe há mais de 50 anos, e sua abertura oficial sempre ocorre na Quarta-feira de Cinzas, quando tem início a Quaresma, época na qual a Igreja convida os fiéis a experimentar três práticas de penitência: a oração, o jejum e a caridade.