Professores e gestores que melhorarem notas serão premiados

(Foto: GOVBA)
(Foto: GOVBA)
Uma educação digna de prêmio – com direito a medalha, troféu e uma verba extra para as escolas e professores que tiverem os melhores resultados. Essa foi a promessa do governador Rui Costa ao lançar, ontem, o programa Educar para Transformar: Um Pacto pela Educação, na sede do Senai/Cimatec, em Piatã.

Pelo projeto, que deve durar quatro anos, será formada uma rede de parceria que inclui municípios, gestores, professores, universidades, empresas e órgãos públicos. “Esse é um grande movimento com todos aqueles que queiram se mobilizar a favor da educação pública. Uma mobilização para que possamos, juntos, avançar e transformar”, afirmou o governador.

Para incentivar a melhoria do desempenho, o Estado começará a pagar gratificações – algo bem parecido com o que acontece hoje com a Polícia Militar. Só que, no caso da educação, o bônus pode vir de três formas: para as escolas da rede estadual, para os educadores e para as prefeituras que fizerem as redes municipais progredirem mais.

Concorrência

Por isso mesmo, 309 dos 417 prefeitos baianos estiveram lá, ontem, quando assinaram um termo de compromisso confirmando a participação no programa. “Vou pedir a formatação (do modelo de premiação), estruturar e, a cada ano, espero que sirva de estímulo e de uma concorrência do bem. Quem fizer melhor vai ser reconhecido e aplaudido”, disse Rui.

Assim, vão receber a gratificação as escolas estaduais com maiores indicadores, enquanto os professores e diretores dessas instituições receberão um aumento de salário pela participação.

Já a gratificação dos municípios será através de verbas para intervenções. “Queremos reconhecer o trabalho das melhores redes municipais. A premiação para os municípios será em recursos e obras para a área cultural, educacional, esportiva… O prefeito escolhe a obra e o estado vai bancar”.

Além disso, o governador explicou que não apenas as primeiras colocadas serão premiadas, como também as que tiverem os maiores avanços. “Posso ter uma escola com um indicador muito ruim, mas que o resultado melhorou substancialmente e teve os maiores avanços”, exemplifica. No entanto, o valor das bonificações, bem como o modelo da premiação ainda está sendo definido, de acordo com o governador.

Metas

Segundo o secretário estadual de Educação, Osvaldo Barreto, a meta prioritária do Educar para Transformar é fazer com que todas as crianças com idades até 8 anos estejam alfabetizadas, ao final do período. Para completar, todos os estudantes até o ensino médio devem estar matriculados na escola no período certo – com sucesso na trajetória escolar e desempenho adequado à idade.

“Alfabetizar a criança na idade certa é uma garantia para o sucesso escolar. Precisamos avançar na qualidade da educação desde a fase inicial e durante todo o ciclo da educação básica”. As metas também envolvem resultados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e de assiduidade.

De acordo com Rui Costa, as metas vão modificar a situação dos indicadores em toda a Bahia. Só para se ter uma ideia, segundo a Avaliação Nacional de Alfabetização do Inep e do Ministério da Educação, 41% das crianças de 8 anos matriculadas no 3º ano das redes municipais não têm domínio de Matemática (apenas 29% têm domínio pleno). Os índices chegam a 46% e a 41% quando se trata de alunos que não têm domínio da escrita e da leitura, respectivamente.

Eixos

O projeto inclui ações divididas em cinco eixos temáticos. O primeiro, que é marcado pela colaboração entre estados e municípios, deve proporcionar a formação continuada de professores e coordenadores, distribuição de livros, assessoramento técnico e transferência da tecnologia. Já o segundo eixo, que é o fortalecimento da educação básica na rede estadual, envolve a valorização de profissionais, bem como promoção da diversidade e inclusão e o crescimento da oferta de vagas de educação integral.

Segundo Rowenna Brito, coordenadora de educação integral da Secretaria da Educação (SEC), já existem 59 escolas com educação em tempo integral na Bahia – 29 delas em Salvador. A ideia é chegar a 300 unidades, em quatro anos. “Desconstruir essa escola de quatro horas por dia é algo muito difícil, mas os novos tempos da educação pedem isso, para formarmos cidadãos”.

As escolas que vão funcionar em tempo integral serão identificadas dentro da própria rede estadual, a partir da necessidade do local e do desejo da comunidade. A ampliação será feita com recursos do governo estadual em parceria com o Ministério da Educação (MEC).

Outro eixo do pacto é o aumento de vagas na educação profissional: de 75 mil para 150 mil. Também serão firmadas parcerias com universidades, que compõem o quarto braço do programa. “Querem os oferecer nossas escolas para treinamento, pesquisa e capacitação às universidades que têm cursos voltados à pedagogia e licenciatura, incluindo as instituições privadas”, afirmou.

Ainda segundo o governador, as negociações para fechar um acordo com a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) já estão em estágio avançado.

Por fim, o último ponto do projeto é a integração com as famílias. “Existe um grande hiato de uma escola para a outra e o que faz essa diferença é a mobilização dos pais, professores e diretores”, completou Rui. Ainda ontem, o governador garantiu que irá instalar banda larga em todas as escolas, além de promover melhorias na infraestrutura dos prédios.

Fonte: Correio 24h

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